CHEFE MANDÃO CAUSA SÍNDROME DO FIM DAS FÉRIAS

Dizem que o país só volta a funcionar normalmente após o Carnaval – que, este ano, veio mais cedo. Muitos retornam das férias com as energias recompostas para o trabalho. Enquanto alguns se sentem motivados, outros sofrem só de pensar em reencontrar ‘aquele’ chefe.

Nessa situação, é comum ocorrer a “síndrome do domingo” ou do “fim das férias”, em que se sofre por antecipação, só de pensar na ‘dor’ que será voltar ao trabalho na segunda-feira e se deparar com um chefe dado a maus-tratos, beirando ao assédio moral.

Estudos clínicos apontam que a maior incidência de infartos ocorre às segundas-feiras e na volta das férias. A explicação é bastante lógica: após um período de distensão, o estresse de retornar ao trabalho assume uma forma mais aguda.

“Chefe é chefe, tem que cobrar resultados, criticar quando o trabalho está malfeito. Infelizmente, ainda é muito comum, dentro das origanizações, aquele tipo de chefe que repreende o funcionário em público, utiliza termos degradantes, mantém um estado de medo constante por possíveis punições, emite ordens contraditórias, ignora as opiniões da equipe mesmo nos assuntos em que não é especialista, determina a execução de tarefas muito abaixo da competência dos subordinados e humilha os funcionários”, diz o consultor em Gestão e Recursos Humanos John Cymbaum, da Laboredomus.

Cymbaum afirma que, embora os cuidados com a saúde no trabalho ainda não demonstrem preocupação com esse tipo de relacionamento profissional, a legislação trabalhista começa a reconhecer os danos psicológicos causados na forma de assédio moral.

“O abuso sistemático de poder caracterizado pelos comportamentos descritos solapa a iniciativa de equipes, leva à perda de motivação, provoca apatia. Para aqueles que sofrem com esse tipo de líderes, surge de maneira inevitável o questionamento sobre como foi possível a um profissional com esse perfil chegar a uma posição de comando e manter-se nela”, diz o consultor.

Muitas empresas não parecem estar conscientes dos prejuízos decorrentes da manutenção dessa forma de liderança. Além da perda da contribuição criativa, da produtividade, a caracterização do assédio moral representa risco tangível de ações trabalhistas.

“De fato, não é difícil identificar o problema por meio de pesquisas de clima ou de satisfação. Há diversos instrumentos de gestão de recursos humanos que permitem diagnosticar ou dão pistas de que algo errado pode estar acontecendo”.

O consultor chama atenção para a responsabilidade das empresas que resistem em reconhecer os danos desse tipo de chefe, levando em consideração os resultados que ele gera em detrimento do sofrimento da equipe.

“O chefe que pratica esse tipo de abusos é alguém que precisa de muita ajuda. E a empresa que tem um genuíno compromisso com a responsabilidade social e com a qualidade de vida no trabalho não pode ser incoerente quanto ao estilo dos seus líderes”.

Fonte: Canal Executivo UOL - 15.02.2005


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