Fonte - MSN Notícias - 09.12.2005
A pergunta é muito natural, principalmente em empresas que estão começando a adotar esta política. Entender a finalidade do RH facilita a resposta.
São Paulo/SP - A empresa onde você trabalha
resolveu investir em uma política de Recursos Humanos. É natural que sua
reação, assim como a dos outros funcionários, seja de achar que todos os
problemas serão resolvidos com esta medida, já que o novo profissional
encarregado pela implantação da área olhará, acima de tudo, pelos
trabalhadores. Mas será que a realidade é mesmo esta?
Papel do RH
Independente do porte da empresa, a principal finalidade da área de
Recursos Humanos é de servir como elo e equilíbrio entre trabalhadores e
direção. Porém, isto em nenhum momento significa proteger um dos lados,
mas sim conciliar interesses, direitos e obrigações.
É preciso ter consciência de que a primeira medida deste profissional,
ao chegar na empresa, será diagnosticá-la por completo. Para isso,
ouvirá muito, tanto dos funcionários quanto da direção. Horas de reunião
serão dedicadas à composição de uma política.
Antes da elaboração de qualquer proposta, serão apontados os pontos
fracos da empresa. A partir daí, serão discutidos os próximos passos.
Esforço mútuo
Se, de um lado, a implantação de uma política de RH mexe, literalmente,
com a empresa, exigindo muitas vezes custos extras com benefícios,
procedimentos, aquisição de equipamentos e outras melhorias, atuará
também junto aos funcionários, avaliando desempenho, analisando
estrutura de cargos e salários, de forma a adotar uma política coerente
e igualitária a todos os integrantes da equipe.
Justamente por isso, os primeiros passos não são fáceis e exigem
esforços de ambos os lados. Empresa e funcionários precisam estar
dispostos para ouvir elogios e críticas, aceitar mudanças e investir
tempo (ou dinheiro, dependendo do caso) nesta nova iniciativa.
Resultados não ocorrem de um dia para o outro
Deve-se ter em mente que os resultados não aparecerão do nada. Será
necessário algum tempo para que os primeiros benefícios sejam
percebidos. E outro ponto: somente na prática o profissional de RH
poderá perceber se a empresa está mesmo disposta a realizar as mudanças
necessárias.
Em alguns momentos, a empresa poderá demonstrar clara resistência à uma
nova política, e isto exigirá do RH um perfil diferenciado, marcado pela
negociação, capacidade de ouvir e, principalmente, firmeza em suas
atitudes. Caso não tenha condição de defender suas opiniões e propostas
de melhoria, a situação pode se complicar.
Equilíbrio da balança
Por estas e outras, em alguns momentos o RH defenderá os interesses dos
funcionários, quando perceber algo contrário à boa política de gestão de
pessoas, e em outros momentos poderá "pegar pesado" com estes
trabalhadores, caso nitidamente não correspondam às expectativas da
empresa.
O importante é esclarecer que melhorias implicam em mudanças, que nem
sempre são agradáveis. Portanto, será bastante natural que funcionários,
e até a diretoria, em alguns momentos, sintam-se pressionados e até
mesmo insatisfeitos com a situação. Nesta hora, vale o diálogo e a
confiança entre as partes, para que o melhor aconteça.
Diagnóstico, propostas, melhorias, custos, pressão, treinamento,
motivação, benefícios... pensando em tudo isso, de que lado fica o RH?
Fica mais fácil entender a resposta, colocando-o "no meio da balança",
no esforço constante de equilibrar as partes!
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