Guia Trabalhista



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VOCÊ QUER SER CHEFE OU LÍDER?


Sergio Ferreira Pantaleão


Parece não haver diferença nestes substantivos, mas podemos começar a enxergá-la a partir da própria definição que extraímos do dicionário, vejamos:


a) Chefe: Funcionário ou empregado que dirige um serviço. Cabeça, principal;


b) Líder: Pessoa que exerce influência sobre o comportamento, pensamento ou opinião dos outros.


Ser chefe é, a partir do momento que é empossado no cargo, obter o "respeito" por parte dos subordinados, é impor sua autoridade dando ordens para que determinado trabalho seja realizado, tentando a todo custo demonstrar que quem manda é ele.


Ser Líder é, a partir do respeito que adquire para com seus parceiros, pelo autocontrole e senso de justiça ao enfrentar situações adversas, lhe é atribuído, por consequência, o cargo de líder de uma equipe. É a própria equipe quem escolhe o líder e aceita tê-lo como seu representante e guia para o desenvolvimento dos trabalhos do grupo.


Enquanto a visão do chefe é de imputar medo no grupo e de "secar" qualquer possibilidade de desenvolvimento das pessoas por temer justamente a perda do cargo, o Líder, ao contrário, busca justamente trabalhar o presente preparando sua equipe de modo a se tornarem líderes ou a realizarem seus objetivos.


O chefe impõe o medo para se garantir ao passo que o líder desenvolve oportunidades para que sua equipe lhe dê sustentação suficiente para buscar novas oportunidades.


Mas para ser líder é preciso desenvolver novas técnicas, buscar novas formas de se fazer as coisas sem, contudo, "pisar" no outro ou "puxar o tapete" de quem está ao seu lado ou hierarquicamente acima de você. Fazer igual ao que todos fazem pode até lhe garantir o cargo de chefe, mas não lhe garantirá o "Oscar" de líder.


Abaixo, uma pequena estória que demonstra o valor da educação, da sabedoria e da sensibilidade, de como "ouvir o inaudível" e se destacar em busca de seus objetivos:


O Som da Floresta


Há muitos anos, em um reino longínquo, um rei, pressentindo que estava chegando ao fim de seus dias, ponderou que a melhor maneira de preparar o seu filho para substituí-lo seria enviando-o para permanecer por algum tempo em companhia de um grande sábio, que morava em um templo distante, situado na fronteira de uma densa floresta.


Era seu desejo que o sábio ensinasse ao príncipe as regras de um grande dirigente, transmitindo-lhe toda a sabedoria necessária para isso.


Quando o príncipe chegou ao templo, com a incumbência de permanecer com o mestre, este respondeu que, como parte de sua formação, ele deveria ir para a floresta, aí permanecendo por um ano, ouvindo todos os sons da floresta e retornando a seguir.


Embora chateado, pois não era isto o que esperava, o príncipe foi para a floresta, voltando ao templo após o prazo estipulado. A encontrar com o sábio, este solicitou ao jovem para descrever todos os sons que tinha ouvido.


"Mestre", respondeu o príncipe, "eu ouvi o canto dos pássaros, o ruído das folhas balançando ao vento, o zumbido das abelhas, o som do riacho correndo no seu leito, o estrondo dos trovões...", descrevendo com pormenores todos os sons que tinha registrado.


Quando o príncipe terminou o seu relato, o mestre disse-lhe para ir novamente para floresta e ouvir tudo mais que ele poderia ter ouvido. O jovem mostrou-se perplexo e surpreso. Não teria ele ouvido todos os sons possíveis daquela floresta?


Durante muitos dias e noites, permaneceu o príncipe sozinho na floresta, meditando e buscando por novos sons que eventualmente lhe teriam passado despercebidos. Mas nada de novo era registrado, a não ser o que ele já havia escutado.


Então, numa certa manhã, quando o príncipe estava sentado silenciosamente à sombra de uma árvore, começou a discernir sons muito leves, diferentes de tudo que ele tinha ouvido anteriormente, Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Um sentimento de grande alegria envolveu o jovem. "Estes devem ser os sons que o mestre desejava que eu discernisse", refletiu.


Quando o príncipe voltou ao templo, o mestre perguntou-lhe sobre o que mais ele tinha ouvido. "Sábio", respondeu o príncipe com reverência, "quando eu estava na floresta pude escutar o inaudível - o som das flores se abrindo, o som do sol esquentando a terra, o som do orvalho se formando."


O mestre balançou a cabeça com aprovação. "Ouvir o inaudível", lembrou ele, "é disciplina necessária para todo grande líder, pois somente quando o líder é capaz de ouvir o coração das pessoas, escutar os sentimentos não-comunicados, as dores não-expressas, as queixas não-ditas, pode ele ter esperança de inspirar confiança no seu povo, compreender quando algo está errado, satisfazer as necessidades verdadeiras de seus subordinados."


Sergio Ferreira Pantaleão é Advogado, Administrador, responsável técnico pelo Guia Trabalhista e autor de obras na área trabalhista e Previdenciária.

Atualizado em 25/01/2012

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