Guia Trabalhista



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O ERRO QUE ME FALTA - ESTOU DISPOSTO A ENFRENTÁ-LO?
 

Sergio Ferreira Pantaleão


Hodiernamente desde cedo somos condicionados a "ser perfeito", fazer tudo uma única vez e sem apresentar erros. É o que os pais, a escola, o grupo social, a igreja, a empresa, enfim, a sociedade como um todo nos cobra desde criança.


O erro nos é apresentado como sinônimo de fracasso, incompetência, de motivo para demissão, exclusão social e espiritual, ou seja, um peso tal que quando imaginamos que já nos preparamos o suficiente para realizar algo, cai esta "pedra" em nossa cabeça e nos leva à retaguarda, a não arriscar por medo de errar e ser "condenado".


Por óbvio ninguém gosta de errar, ninguém estabelece uma meta de fazer 50% certo e 50% errado só para ter que fazer uma das metades novamente. O problema é que o peso do erro pode ter sido dosado de uma forma que nos atrapalha, e bastante, para as tomadas de decisões do dia a dia.


Quando criança somos "puros" de qualquer preconceito e tudo passa a ser objeto de experiências. Gostamos de testar tudo, de fazer tudo de um jeito que ainda não nos foi dito e a partir do experimento, criamos nossas teorias. Se fizermos algo errado e simplesmente somos repreendidos sem qualquer explicação, como iremos entender se a forma em que agimos foi ou não errada?


O fato é que por conta disso deixamos de fazer novas experiências por medo de errar.


Se deixarmos de fazer experiências até podemos dizer que erraremos menos, mas inevitavelmente deixaremos também de acertar mais, de descobrir algo novo, de realizar um sonho, de fazer diferente. 


É comum encontrarmos crianças que já sofreram ou sofrem por não terem atendido aos anseios dos pais em ser o primeiro da sala, em ser o melhor músico, o mais inteligente, o que desenha melhor ou ser o melhor atleta.  São situações de pais que, muitas vezes, não tiveram a coragem ou a capacidade de se realizarem em suas vidas pessoais ou profissionais e depositam, digo, impingem em seus filhos, a todo custo, a obrigação de satisfazer suas próprias frustrações.


Por conta desta exigência estrema estas crianças, adolescentes ou recém-formados podem sofrer consequências significativas em suas vidas, de modo que se torna impossível ou a duras custas, superar o paradigma enfrentado em algum momento da vida por ter cometido um erro e o transtorno que se gerou em cima disso. Passou-se então a ser portador da "errofobia".


Mas será então que uma grande empresa ou aquele profissional que você tem como referência sempre foram perfeitos, nunca erraram e por isso estão, respectivamente, na lista das 100 melhores empresas para se trabalhar ou é detentor do cargo de Presidente ou Diretor de uma grande companhia?


Quando vemos um jogador de futebol bater uma falta com tanta precisão, será que assim o fez desde a primeira falta que se propôs a bater no primeiro jogo de sua vida? Uma ginasta que ganhou uma medalha de ouro com o famoso salto "duplo-twist carpado" ou "duplo-twist esticado" já o fez ainda na maternidade, escapando até das mãos do médico obstetra?


Tudo bem, você pode estar pensando que o atletismo é muito específico e não retrata o dia a dia de um profissional numa organização, com chefes te pressionando a todo momento cobrando prazos, precisão e pontualidade. Ou ainda com colegas tentando "puxar o seu tapete" para alcançar a vaga de encarregado ou supervisor.


Vamos lembrar então de algo que inevitavelmente todos (genericamente) tiveram a oportunidade de participar e que, ainda que não tenham registrado, superaram com grande facilidade, primeiro por estar "novinho em folha" e não ter sido contaminado pelos paradigmas dos adultos e segundo, por ouvir destes só palavras de incentivo. Estou falando dos primeiros passos.


Será que no primeiro ano de vida você saiu saltitando pela sala ou pelo quintal dizendo, "pai, compra uma bicicleta que esta fase eu já venci"? A bicicleta foi outra fase vencida, pois você descobriu que era possível se equilibrar sem utilizar as "rodinhas" do lado. Muito bem, quantas quedas, quantos tropeções, quantos joelhos e cotovelos "ralados"? Situações que pareciam difíceis, mas todas superadas.


Resgate a todo instante esta determinação, tente esquecer os paradigmas que a sociedade tenta lhe impor impedindo que você faça ou deixe de fazer alguma coisa. Qual é o erro que lhe falta para fazer você subir mais um degrau em suas expectativas pessoal ou profissional? Erre, vá em frente, mas aja em prol do que sonha realizar. Errar não é só humano, é necessário, seja como aprendizagem, desafio ou satisfação em superá-lo.


A história diz que depois de inúmeras tentativas o patrocinador de Thomas Edison o intimou a desistir de suas experiências, ao que logo retrucou: "Por que desistir agora, que já sabemos muitos modos de como não fazer uma lâmpada?


Estamos hoje mais próximos de saber como fazer uma lâmpada que antes". Se ele tivesse desistido, isto faria alguma diferença para você? Olhe para cima e responda.


É como procurar o endereço de alguém pela primeira vez, você "se perde", anda por várias ruas e quando encontra o endereço correto e precisa sair pela cidade novamente, descobre que já conhece vários locais por onde passou quando estava "perdido". Foi o erro que fez você conhecer mais, descobrir novos locais. O erro é mais didático que o acerto.


Qualquer que seja o desafio vá à luta, deixe os paradigmas às margens de seu conceito de vida e enfrente-o. Para tudo temos de nos preparar, planejar, concentrar. Mas se não agirmos o "erro que me falta" não será superado e consequentemente os anseios também não serão atingidos.



Sergio Ferreira Pantaleão é Advogado, Administrador, responsável técnico pelo Guia Trabalhista e autor de obras na área trabalhista e Previdenciária.

Atualizado em 21/06/2013

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